
Olho do meu lado esquerdo e vejo em cima da mesa um relógio, verde claro, tipo despertador e ouço o seu tique-taque. Você pode ouvi-lo, querido leitor? Penso sobre o tempo... Sobre tantas coisas boas do meu passado. Talvez você devesse fazer este exercício. Coisas simplesmente deleitáveis. Verdade... Deleitáveis e simples.
Lembro-me, difusamente, do momento em que ganhei a bicicleta vermelha dos meus pais. A imagem não está clara, mas eu sinto que aquele momento foi muito intenso. Andar naquela bicicleta, que me acompanhou por muitos anos, dava-me forte sensação de liberdade. Com ela ensaiei a coragem de um futuro homem... Pulando em rampas, descendo ladeiras, abrindo mão das rodinhas. Acredito que experiências infantis refletem, e muito, na nossa vida adulta.
Vejo-me brincando com minha mãe. Em um quadro que trago em minha mente e coração. Tinha 5 anos e pouco e minha mãe estava grávida já com uma enorme barriga. Ela fez uma bola de meias e nós brincávamos no quarto. Ela de um lado da cama, eu do outro, a cama era a “rede” e nós buscávamos fazer o ponto... Acho que o ponto não era o mais importante, e sim, o fato de estarmos ali, juntos, desfrutando o momento, rindo com o corpo e a alma. De repente, ela se encolhe e emite gemidos. Eu, de pronto – com coração acelerado – pergunto: o que foi mãe? E me aproximo dela pela cama para ver o que tinha ocorrido. Chegando perto, com olhos bem atentos... Percebo-a levantar-se bem rápido para fazer seu ponto. Diante daquela inusitada ação, irrompemos em risos.
Lembro-me da festa de são João. Meu pai sempre comprava fogos. Naquelas noites íamos para o jardim da nossa casa e brincávamos. Painho ajudando-me com a estrelinha... O fogo incita a imaginação e lá, naquele momento, havia a imaginação de uma criança, o conforto da segurança oferecido pelo seu pai e muito prazer. Minha memória alerta para o momento do vulcão. Meu pai colocava-o em cima do pequeno muro de nossa casa e, juntos, eu, minha irmã e mainha, observávamos atentos e ansiosos pelo espetáculo. Muitas crianças da rua também participavam daquele cenário, igualmente atentas. Em poucos segundos acontecia o show de luzes e formas... Era lindo.
Tantas coisas boas que passaram. Tantas coisas boas que podemos viver. Vivamos hoje! Tenhamos autonomia e coragem para escrever uma história que nos seduza e a muitos outros. Um passado que não aprisione, mas que motive a viver intensamente. Uma história atenta as palavras de Jesus: “eu vim para que tenham vida e vida em abundancia” (João 10: 10b).
Quando fecho os olhos tb consigo lembra de tantos momentos bons, uma infância tão gostosa de pé na areia, muitas viajens de férias, tenho um passado que não me assombra,e sempre me considerei um pessoa alegre e feliz, mas hoje sei que a verdadeira felicidade estar em viver uma vida em cristo! xero carinhoso!
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