Em tudo dai graças. I Tessalonicenses 5:18
Ontem estive em um parque. Muito bonito. Sentado, observava absorto, um lago, repleto de patos, que desfrutavam do delicioso sol que os iluminava. Ouvia também o som vibrante e alegre de crianças, que brincavam do outro lado do lago. Havia naquele momento prazer, uma alegria indecifrável, mas que estava ali. Reconstruindo minhas memórias do passeio de ontem, lembro-me que aquele parque fora outrora palco de uma visita de descoberta, a nossa primeira visita. Eu e Kézia fomos descobri-lo. Sua imagem impunha-se fria, seu gramado repleto de neve, seu lago quase todo em gelo, os patos com pequenos movimentos, sem crianças, sem sorrisos, com pouca luz.
Acho que estas duas imagens podem ser usadas como metáfora da condição humana. Em algumas situações parece que nada pode nos impedir, somos auto-suficientes, capazes, saudáveis, admirados, felizes, vibrantes, enérgicos, enfim, estamos em meio ao belo parque da vida. Noutro momento podemos estar por baixo, tristes, faltos de energia, de saúde, de perspectivas, de possibilidades, enfim, aos nestas situações, o parque está gélido e fechado.
Todos somos frágeis. Há um nivelamento, todos, não um ou outro, partilhamos de uma fragilidade universal. O poeta sugeriu, “tristeza não tem fim, felicidade sim”. Discordo. Tudo é passageiro. Assim como nas estações há lugar para o inverno, e também, para a primavera, semelhantemente é a vida.
Há sentido nisto tudo? Se, ao estarmos nas montanhas da vida, inebriados pela sensação de vitória, nos lembrarmos que “toda a carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva. Secou-se a erva, caiu a sua flor”(I Pedro 1:24); sim. Pois nossas vitórias são passageiras, mas, mesmo em sua fugacidade, podem se transformar numa ótima oportunidade de louvor a Deus e de prazer a ser desfrutado. Se, ao enfrentarmos as terras mais escuras e difíceis, nos lembrarmos e abraçarmos as palavras do salmista: “ainda que eu andasse pelo vale da sobra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo”(Salmo 23:4); sim. Deus sempre estará com aqueles que o buscam. E Ele tem uma capacidade incrível de transformar terrenos desolados em belíssimos jardins que atraem o sol, os mais belos patos, crianças, sorrisos e prazer.
No fim de tudo, computadas vitórias e derrotas, dores e prazeres, montanhas e vales, tenhamos conosco o mais importante, o que não se corrompe ou acaba, nossa conexão com o Pai, nossa fidelidade a sua palavra e, repletos disto, possamos em todos os momentos louvar o nosso Deus.
Já me senti assim. Devemos dar graças a Deus em todos os momentos de nossa vida, sejam eles felizes ou não. Louvado seja o nome do Senhor.
ResponderExcluirDeu até pra ouvir sua voz ao ler esse texto, pastor! Essa reflexão me lembrou uma pergunta muito interessante que aprendi esse ano e tenho que já tenho usado diversas vezes: "De que maneira essa situação me serve pra me tornar mais amiga de Deus?"
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