segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Amigos

dizia o poeta... "Amigo é coisa para se guardar. Debaixo de sete chaves." O pensador de Eclesiastes também deu sua contribuição... "Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará?" (Eclesiastes 4:9-11).

A quem diga que é preciso perder para se redimencionar o valor que é dado a alguma coisa ou a alguém. Não sei se é possível defender esta frase com unhas e dentes, mas sei que estar longe dos queridos amigos nos fez amá-los ainda mais, isto porque, em muitos momentos sentimos falta da agradável presença deles, gostaríamos por demais de compartilhar tanta coisa linda que vimos e experienciamos, e ainda, tivemos provas inúmeras de que a distância não é o bastate para arrefecer uma amizade sincera.

Foram muitas demonstrações de carinho, muitos contatos que nos ajudavam, sobretudo nos momentos de intensa saudade... talvez até desânimo... a continuar. Relato alguns dos últimos contatos (enquanto estamos na França): "Contagem regressiva" Bia - Uma pequena frase postada no nosso orkut, mas que aqueceu nosso coração. Um filme feito por ocasião do meu aniversário... com tanto carinho que me fez chorar - Agnon e Sabrina. "Ok, meu pastor. Registrado e trabalhando, em breve, talvez amanhã já mande de volta!" - Hélio. Fiz um pedido a um amigo/irmão e, mesmo tão longe e cheio de afazeres imediatamente ele me retornou e fez o que eu pedi com a excelência de sempre. São muitas experiências significativas, eu utilizo estes exemplos para dizer que cada demonstração de amor, por mais singela, nos marcou significativamente.

Agora falta pouco... em breve chegaremos na terra Brasilis... Estou muito ansioso para dar e receber muito abraços.

Que nosso Deus de amor nos abençoe e nos ajude a sermos sempre canais de bençãos para os que nos circundam.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

32 anos

Hoje (10/11/2010) faço 32 anos. Agradeço a Deus pela dádiva da vida. Agradeço-o pelos pais que tive, pois posso dizer que fui e sou muito amado. Por vários anos me incomodei com algumas expectativas não atendidas por meus pais em nosso relacionamento. Hoje, com 32 anos, posso olhá-las de frente e ver que foram fruto da limitação humana – vivida por mim inclusive – e não do amor que sentiam e sentem por mim. Agradeço a Deus por tê-los ao meu lado e por tantas coisas bonitas que ainda podemos construir. Eu os amo, e me orgulho das minhas raízes.

Sou grato por ter uma irmã. Quando ela nasceu eu a chamei de minha. Se por um lado chamá-la de minha era uma expressão egoísta de um irmão com ciúmes do mais novo centro das atenções. Por outro, era uma expressão repleta de ternura e de admiração por um bebê tão pequenino e bonito. Crescemos, brigamos e brincamos, nos afastamos e nos juntamos, somos irmãos e nos amamos. Obrigado Senhor por minha irmã que é uma benção em minha vida.

Louvo a Deus porque sou cercado por muito amigos e por uma família (avós, tios, primos, sogro, sogra e cunhados) amada.

Agradeço a meu Deus por ser casado com uma mulher especial. Por ser tão amado e amar tanto. Pelo cuidado, pelas orações, pelo carinho, pela presença, pela admiração, por tudo o que minha esposa tem sido para mim. Por ser plenamente realizado em meu casamento. Por estarmos esperando juntos o fruto do nosso amor, Chloe. Nossa filhota que já está consagrada a Deus e que chegará em uma família muito amorosa.

Sou grato a Deus pelo seu amor. Por Jesus Cristo, que morreu por mim, dando-me convicção da vida eterna. Pelo Espírito Santo que habita em mim e que tem me capacitado a seguir em minha caminhada. Nestes 32 anos, mais uma vez, dedico minha vida ao meu Pai: Senhor ela é tua, que eu tenha sabedoria para conduzir minha vida de maneira que abençoe os que me circundam, de maneira que exalte o teu nome.

Louvado seja o Senhor!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Perde-se em conforte e ganha-se em rusticidade

O título deste texto me faz lembrar muito de um grande amigo, o Lopes Júnior. Este amigo, quase irmão, é piloto da aeronáutica. E, como militar, desde cedo foi doutrinado a lidar com todas as situações, com todos os imprevistos ou desafios que talvez pudesse alcançá-lo. Nos momentos mais sombrios, onde tudo se mostra desafiador flui esta frase, como um farol que aponta para melhores momentos que virão. Pelo menos é como sempre a interpretei.

Uma coisa é certa. Felizmente ou infelizmente enfrentaremos grandes desafios em nossa caminhada. Jesus certa vez nos disse: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). Nos momentos de fortes embates devemos buscar a paz que advém do Senhor. A paz que nos dá a segurança de que estamos agindo da maneira certa, que anima a nossa esperança de que tudo passa, que nos apresenta a certeza de que diante das grandes lutas se aperfeiçoa o nosso caráter, que nos faz experienciar que Deus é fiel.

“A imaturidade é o desejo de que a realidade se adapte a você”, nos disse o psicólogo John Towsend. A realidade é o que temos para viver. Ela se apresenta quer gostemos ou não, no entanto, podemos desafiá-la, enfrentá-la e vivê-la. Você se lembra de José do Egito? Ele foi vendido por seus irmãos como escravo. Esta era a sua dura realidade, escravo no egito. José se pôs a trabalhar da melhor maneira possível até que conseguiu ser o administrador de tudo o que o seu senhor possuia. Ele não conseguiu deixar de ser escravo – pelo menos naquele momento de sua vida – portanto, teve que se adaptar, todavia ao desafiar o seu status, ou seja, sua posição de mero escravo, José percebeu que poderia mudar radicalmente seu modo de viver, sendo o mordomo do seu senhor; e assim o fez.

Como temos agido diante das adversidades? Escondemos nossa cabeça na terra para que o problema passe – resmungando, cupando tudo e todos, paralisados, crentes que tudo acabou e não há mais esperança, pois esta é A REALIDADE? Ou estamos dispostos a lidar com o que nos cerca? Com nossa responsabilidade diante da vida, buscando aprender, mantendo a esperança ao nosso lado, certos que existem caminhos a serem explorados e sobretudo confiantes em Deus – “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28).

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quando soube da morte do Dr. Aristóbulo (23/08/2010) fiquei muito triste, assim como, tenho certeza, todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecer este homem. O irmão Aristóbulo, desde quando o conheci, se tornou um exemplo para a minha vida. Um homem sábio, porém simples. Alguém alegre, sempre disposto a compartilhar um gracejo, no entanto profundo. Uma pessoa amorosa, carinhosa, delicada até, todavia portadora de uma intensa autoridade.

É impossível não lembrar, agora, de uma das experiências de Jesus. O mestre chegava em uma pequena cidade chamada Betânia. Ao saber disto corre ao seu encontro sua querida amiga Marta. A verdade é dita: Lázaro está morto. Logo depois chega Maria. As duas irmãs, Jesus e todos que estavam ao redor choram. Como não chorar com a morte dos nossos queridos. Mas, diante da dor temos uma real consolação advinda do próprio Jesus ao viver aquele momento intenso: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).

Nossa vida é de Senhor. Creio que o melhor de Deus estar por vir. A Bíblia diz: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14:1-2a). Eu e Kézia estaremos orando para que o Senhor console o coração da nossa mui amada irmã Adália, de todos os filhos, netos e amigos do Dr. Aristóbulo. Que o Senhor console os nossos corações e nos anime até chegarmos no grande dia. Onde todos estaremos juntos.


http://www.youtube.com/watch?v=pqJsBRFdrA0&feature=av2e
Amazing Grace (Versão Chris Tomlin)


Amazing grace how sweet the sound
That saved a wretch like me
I once was lost but now I'm found
Was blind but now I see

'T was grace that taught my heart to fear
And grace my fears relieved
How precious did that grace appear
The hour I first believed

Chorus

My chains are gone, I'v been set free
My God, My Savior, has ransom me
And Like of flood, His mercy rains
Unending love
Amazing Grace

The Lord has promised good to me
His word my hope secures
He will my shield, my portion be
As long as life endures

Chorus (2x)

My chains are gone, I'v been set free
My God, My Savior, has ransomed me
And like of flood, His mercy rains
Unending love
Amazing Grace

The earth shall soon dissolve like snow
The sun forbear to shine
But God, Who called me here below
Will be forever mine
Will be forever mine
You are forever mine

Amazing Grace (tradução) Chris Tomlin

Graça incrível, como é doce o som
Que salvou um miserável como eu
Certa vez estava perdido, mas agora fui encontrado
Era cego, mas agora eu vejo

Foi a graça que ensinou temor ao meu coração
E a graça que aliviou meus medos
Quão preciosa essa graça pareceu
Na hora que eu acreditei

Coro

Minhas correntes se foram, Eu fui liberto
Meu Deus, meu Salvador, me resgatou
Como uma inundação, Sua misericórdia chove
Amor sem fim
Graça incrível

O Senhor prometeu-me o bem
Sua palavra assegura a minha esperança
Ele vai ser o meu escudo e porção
Enquanto a vida durar

Coro (2x)

Minhas correntes se foram, Eu fui liberto
Meu Deus, meu Salvador, me resgatou
Como uma inundação, Sua misericórdia chove
Amor sem fim
Graça incrível

A terra em breve se dissolverá como neve
O sol se absterá de brilhar
Mas Deus quem me chamou aqui em baixo
Será para sempre meu
Será para sempre meu
Você é para sempre meu

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Uma força indescritível

A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.
Mateus 6:22



Há momentos em que basta um olhar para descortinar o que se passa. Um olhar compenetrado, afetivo, que rompe o egoísmo próprio de cada um de nós. Que traz consigo um verdadeiro bálsamo, verdadeiras propriedades curativas.

Fico a pensar na vida dos leprosos na época de Jesus. Estavam a margem da sociedade. Eram desprezados e até ignorados. O desprezo destitui o valor da pessoa, o ato de ignorar supõe a inexistência do existente. Ou seja, aqueles inúmeros homens e mulheres sentiam-se destituídos do mais simples contato humano, pois não eram mais considerados humanos – a nossa desumanidade desumaniza a outros.

Há vários relatos nas escrituras sagradas que apresentam leprosos que se aproximaram de Jesus. O evangelho de Marcos (1:40-42) relata que um homem leproso aproximando-se de Jesus lhe rogou: se queres, bem podes limpar-me. Jesus o olhou, isto é, o notou, contemplou sua dor, sentiu sua dor – “... Jesus, movido de grande compaixão... (1:41)”; a compaixão é uma tradução do original que traz a idéia de percepção de algo que faz mover as entranhas do observador e que se impõe de tal maneira que é impossível não agir.

Sabemos que Jesus agiu e curou aquele homem. Podemos pensar que o simples olhar, a percepção impregnada de amor, foi o primeiro contato que aquele homem teve com a cura. Embora nem sempre tenhamos as ferramentas para curar alguém – ajudar, auxiliar ou resolver seja o que for. Temos a nossa disposição o olhar carinhoso, que apresenta ao outro sua importância, o nosso interesse em suas dores, a nossa presença ao longo dela – numa disposição contínua para ajudar – e a nossa esperança na sua superação. Este tipo de olhar traz consigo uma força indescritível.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Obrigado Senhor

Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe. Salmo 139:16a

A tecnologia nos permite experienciar, certamente com inúmeras limitações, o que o nosso Deus sempre presenciou. Algo tão maravilhoso que arrancou louvores do salmista. Hoje, 15 de junho de 2010, vimos pela primeira vez o nosso filho. Com 0,7 cm, sem formas bem definidas, estava lá, o fruto do nosso amor... Com seu coraçãozinho batendo a 130 batimentos por minuto.


Embora ele nem saiba que existe nós já o amamos. Somos gratos a Deus por tamanho milagre. Agradecidos porque surgiu um ser que terá muito de mim e de Kézia, e que, desde sua concepção já está consagrado ao nosso querido Pai.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Conexão

Quando estamos longe de pessoas amadas, sem esperarmos, abruptamente, somos assaltados por um sentimento de falta, que a língua portuguesa, ao que tudo indica, traduziu com uma precisão única: estamos sentindo SAUDADES. Nossos sentimentos são acessados, imagens flutuam em nossa mente, o que há é a falta. Tenho aprendido com esta experiência.


Entendi, e confesso que venho entendendo, que onde eu estiver, estará comigo também meu Pai. Este Deus amoroso, que se preocupa comigo e tem me ajudado a fazer grandes descobertas. Estar em Deus nos ajuda a sentir saudades, pois nele percebemos a importância das pessoas, entendemos que as coisas mais valiosas que temos são os vínculos construídos ao longo dos anos.


Tem penetrado em meu coração a importância do instante. Rubem Alves dizia mais ou menos assim: quem sabe que a vida está fugindo descobre subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será. Cada instante é tempo para gozar da presença do outro, para amar intensamente, para abençoar, para perdoar, para conectar-se.


É certo que a saudade pode trazer consigo uma certa sensação melancólica mas, em minha experiência, também tem apresentado um sentimento de orgulho. Não um orgulho egóico, ou seja, fundado no eu, mas um sentimento que me conduz a reconhecer o quanto eu sou privilegiado. Privilegiado pelos pais e irmã que tenho, por uma esposa maravilhosa, por sogros incríveis, por uma família querida e por amigos especialíssimos.


Que engraçado... Mesmo longe me sinto mais conectado e com esperança de conectar-me ainda mais quando estiver perto.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

“Enquanto houver sol ainda haverá esperança”

Estava pesquisando para escrever algo inspirado no texto de Vinícios de Moraes, a casa. Mas, viajando pela internet, descobri um filme que me fez adiar este desejo por um pouco mais de tempo.

http://www.youtube.com/watch?v=pGYWAmt2kJQ&feature=related

Este testemunho vivo fala de uma grande verdade: a vida é dura. Viver significa enfrentar obstáculos, lidar com desafios, encarar medos... Jesus já nos antecipava: “No mundo tereis aflições...” Mas também, não deixou de nos dizer: “tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). A verdade é que “enquanto houver sol ainda haverá esperança”.

Eu acredito que Deus deu ao homem uma capacidade de superação incrível, e que, aquele que entende isto, descobre a beleza de manter os seus sonhos e de buscá-los. Podemos e devemos manter nosso rumo. Mas é preciso se atrever, trabalhar, aprender... Sair da zona de conforto.

É possível alçar altos vôos. Ainda mais quando estendemos nossas asas para captarmos o sopro divino. Este vento que nos impulsiona para alturas nunca antes sonhadas. “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”(I Coríntios 2:9).

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vivendo a Páscoa


Eu nasci e cresci em uma pequena e charmosa cidade, do litoral nordestino, chamada João Pessoa. Na minha infância, algumas vezes ao ano, meus avôs paternos viajavam a Recife para fazer compras e passear no shopping. Na época, ele era considerado o maior da America do Sul; sem falar que em João Pessoa não tinha um empreendimento como aquele.

Algumas vezes, eu e meus pais íamos com voinha e voinho. Quando minha avó ou meus pais me diziam que no próximo sábado viajaríamos para Recife eu realmente ficava sonhando. Aquela informação era, para mim, uma passagem para um “outro mundo”, a possibilidade de ver enormes prédios, avenidas, um shopping gigante repleto de satisfações. Não me esqueço das cores e luzes daquele lugar, dos brinquedos, dos lanches, era um verdadeiro paraíso para uma criança. Havia muitos motivos para festejar, para sentir um coração que se inundava de alegria. Acho que meus pais percebiam isto.

Neste fim de semana os cristãos, ao redor do mundo, comemoram a páscoa. Na verdade, muita gente, cristão professo ou não, comemoram a páscoa. Este é o fim de semana dos ovos de chocolate, das viagens oportunizadas pelo feriado e, somente, para muitos. Este é o fim de semana para se ir a uma missa ou culto único ao ano, completamente desconectado com a vida daqueles que assim o fazem. Este é um fim de semana de celebração e de louvor a Deus, fruto de uma vida dedicada, isto porque, através do seu filho, ele nos apresentou a páscoa.

Páscoa significa passagem. Certamente há uma conexão entre esta palavra e a libertação que o Senhor operou sobre o povo de Israel, pois eram cativos dos egípcios (Êxodo 12 a 15). Páscoa, então, pode significar libertação. O povo liberto teve o seu coração incendiado pela perspectiva da terra prometida, ou seja, páscoa pode significar ainda, esperança. Mas o povo pecou, na verdade, ao longo da historia, não houve quem não pecasse; e Deus, não compartilha com o pecado.

Anos e anos se passaram depois da primeira páscoa até que um jovem aproximou-se de um profeta respeitadíssimo, chamado João Batista, para ser batizado por ele. João ao fitar os seus olhos nele disse: “eu é que preciso ser batizado por ti” (Mateus 3:14). Mas, dissuadido por aquele jovem, o batizou. Este é aquele sobre o qual o próprio João Batista afirmou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”(João 1:29). Jesus, o cordeiro de Deus, que morreu em uma cruz para salvar. Ele é a páscoa de todos aqueles que nele crêem. Pois o seu sacrifício foi para a libertação, de uma vida de pecado para uma vida que caminha a eternidade, um tempo que está para além da mente mais criativa.

Se a notícia para ir a um shopping fazia tremer o coração de uma criança, o que dizer do conhecimento de tão grande evento? Nosso Pai nos apresentou a páscoa como expressão do seu amor (João 3:16). O Deus, todo poderoso, nos ama e nos entregou seu único filho, apontando-nos um novo caminho. É tempo de ratificar nossa fidelidade, de nos alegrarmos na presença do nosso Deus, de anelarmos ainda mais a salvação eterna e de compartilharmos com nossos queridos a boa nova do Senhor. Como crianças que receberam tão maravilhosa informação, louvemos ao Senhor, pois a própria escritura anuncia: “da boca de criancinhas surge o perfeito louvor”(Mateus 21:16).

terça-feira, 30 de março de 2010

O excelente caminho

Viver implica trilhar muitos caminhos, fazer escolhas. Quando éramos pequenos, nossos pais escolheram seus caminhos e nos levaram juntos. Todos nós trazemos conosco profundas reminiscências dos bons e maus caminhos dos nossos pais. Elas nos marcaram.

Existem pessoas que são muito gratas pelo seu passado, seus pais trilharam por bons caminhos em maior freqüência. Com certeza estas pessoas foram amadas, valorizadas, educadas, cuidadas e, por esta sorte, podem ser mais suscetíveis ao amor, ao exercício de bons valores morais e, se assim fizerem, certamente colherão bons frutos. Há aquelas que, infelizmente, acompanharam seus pais por terríveis percalços, por caminhos sinuosos e tenebrosos. Com tristeza constatamos que estas pessoas trazem consigo profundas cicatrizes e, não raro, profundas feridas. Elas podem ser mais suscetíveis a dar continuidade ao ciclo pernicioso ao qual seus pais estiveram presos.

Sabemos que ninguém trilha apenas caminhos bons, e também, que ninguém trilha apenas caminhos maus. Há uma verdade que se impõe: somos pecadores (Romanos 3:23; Romanos 6:23) e, por isso, erramos muitas vezes. É certo, entretanto, que decisões trazem conseqüências e, por conseguinte, marcas. Diante desta realidade somos iluminados pela palavra de Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus” (João 6:68-69). Conquanto tenhamos nossas marcas, sejam boas ou más, se descortina uma esperança: há um caminho excelente a ser seguido.

Certa vez aproximou-se de Jesus um jovem rico (Mateus 19:16-22) e perguntou: “Mestre, o que farei para ter a vida eterna?” Jesus retorquiu, “você tem seguido as orientações da lei: não matarás, não cometerás adultério, não furtarás...” Ao ouvir aquelas palavras o jovem se alegrou, “tudo isto tenho feito desde a minha mocidade”. Fico a pensar que aquele jovem foi muito bem criado pelos seus pais, eles lhe deram uma base para que ele, diante de Jesus, pudesse fazer tão significativa e verdadeira afirmação. No entanto, frustrando as expectativas do jovem, Jesus disse: “se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me”.

Em outro momento da sua vida, Jesus disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vos o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma” (Mateus 11:28-29).

A luz destes dois relatos entendemos que termos sido afortunados com boas famílias e o hábito de trilhar bons caminhos não é tudo. A bíblia diz: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?” (Mateus 16:26). Compreendemos também que a dor humana toca o coração de Deus e que ele certamente quer fazer daqueles que estão quebrados, vasos de honra; quer dar aqueles que estão em prantos, alegria, aqueles que são faltos de esperança, fé. Mas, embora seja vontade de Deus que a nossa vida seja dirigida por seus valores, ele quer que, sobretudo, nós possamos nos entregar a Jesus Cristo, pois este é o excelente caminho que traz cura a alma e que perpassa a nossa vida, nos conduzindo a eternidade.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Constatações II



Olho do meu lado esquerdo e vejo em cima da mesa um relógio, verde claro, tipo despertador e ouço o seu tique-taque. Você pode ouvi-lo, querido leitor? Penso sobre o tempo... Sobre tantas coisas boas do meu passado. Talvez você devesse fazer este exercício. Coisas simplesmente deleitáveis. Verdade... Deleitáveis e simples.


Lembro-me, difusamente, do momento em que ganhei a bicicleta vermelha dos meus pais. A imagem não está clara, mas eu sinto que aquele momento foi muito intenso. Andar naquela bicicleta, que me acompanhou por muitos anos, dava-me forte sensação de liberdade. Com ela ensaiei a coragem de um futuro homem... Pulando em rampas, descendo ladeiras, abrindo mão das rodinhas. Acredito que experiências infantis refletem, e muito, na nossa vida adulta.


Vejo-me brincando com minha mãe. Em um quadro que trago em minha mente e coração. Tinha 5 anos e pouco e minha mãe estava grávida já com uma enorme barriga. Ela fez uma bola de meias e nós brincávamos no quarto. Ela de um lado da cama, eu do outro, a cama era a “rede” e nós buscávamos fazer o ponto... Acho que o ponto não era o mais importante, e sim, o fato de estarmos ali, juntos, desfrutando o momento, rindo com o corpo e a alma. De repente, ela se encolhe e emite gemidos. Eu, de pronto – com coração acelerado – pergunto: o que foi mãe? E me aproximo dela pela cama para ver o que tinha ocorrido. Chegando perto, com olhos bem atentos... Percebo-a levantar-se bem rápido para fazer seu ponto. Diante daquela inusitada ação, irrompemos em risos.


Lembro-me da festa de são João. Meu pai sempre comprava fogos. Naquelas noites íamos para o jardim da nossa casa e brincávamos. Painho ajudando-me com a estrelinha... O fogo incita a imaginação e lá, naquele momento, havia a imaginação de uma criança, o conforto da segurança oferecido pelo seu pai e muito prazer. Minha memória alerta para o momento do vulcão. Meu pai colocava-o em cima do pequeno muro de nossa casa e, juntos, eu, minha irmã e mainha, observávamos atentos e ansiosos pelo espetáculo. Muitas crianças da rua também participavam daquele cenário, igualmente atentas. Em poucos segundos acontecia o show de luzes e formas... Era lindo.


Tantas coisas boas que passaram. Tantas coisas boas que podemos viver. Vivamos hoje! Tenhamos autonomia e coragem para escrever uma história que nos seduza e a muitos outros. Um passado que não aprisione, mas que motive a viver intensamente. Uma história atenta as palavras de Jesus: “eu vim para que tenham vida e vida em abundancia” (João 10: 10b).

segunda-feira, 8 de março de 2010

A pergunta de Neemias

A Bíblia conta que, num certo dia, alguns homens viajantes entram em uma cidade importante, chamada Susã. Lá estava uma das fortalezas do grande Artaxerxes, rei da Pérsia. Dentre estes homens havia um que era irmão de um importante servo do rei que se chamava Neemias, cuja função era o de ser copeiro do rei, ou seja, aquele que todos os dias estava diante do seu senhor alimentando-se antecipadamente dos manjares reais para que, se porventura, o alimento estivesse envenenado, morresse o servo e não o rei. A posição de Neemias era de inteira confiança. E, por isto, ele era cercado de toda riqueza real.

Encontrando-se com seu irmão e aqueles homens, Neemias pergunta: “Como estão os judeus que restaram do cativeiro e Jerusalém (Neemias 1:2)?” Ante a esta pergunta, eles respondem que os judeus estão em pobreza e desprezo e que a cidade de Jerusalém está assolada. Neste momento do diálogo é possível antecipar algumas situações.

Neemias poderia ter perguntado para suscitar uma oportunidade de se vangloriar diante daqueles conhecidos. “– Que pena, Jerusalém está destruída?! Os judeus que estão lá passam fomem?! É realmente uma pena... eu aqui, “graças a Deus”, estou muito bem... vocês sabem que sou copeiro do rei? Todos os dias sirvo ao rei comendo deliciosos manjares, também estou cercado de riquezas, sou realmente muito abençoado.”

Neemias poderia ter perguntado somente por educação. Semelhante a um diálogo bem conhecido de cada um de nós: “– Tudo bem? – Tudo bem.” Ou seja, uma pergunta completamente destituída de um compromisso com a resposta. Ainda mais, uma pergunta cuja resposta esperada é uma frase evasiva, que não comunica nada.

Neemias poderia realmente estar interessado na resposta da sua pergunta, mas não imbuído de responder a ela - há respostas que merecem ser respondidas. Se assim fosse, ele ouviria atentamente seus amigos e irmão e estaria disposto a entendê-los. No entanto, aquele conhecimento não fervilharia em seu coração, tornando impossível agir.

Neemias perguntou sinceramente e com um coração sensível. Ao ouvir as respostas dos seus conhecidos ele sentou, chorou, entristeceu-se, jejuou e orou ao Deus do céu (Neemias 1:4). Ações repletas de significado que, quando juntas, resultam em grandes transformações... Mas, sobre isto falaremos em outro texto.

terça-feira, 2 de março de 2010

Constatações

Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. Romanos 8:28
Em tudo dai graças. I Tessalonicenses 5:18


Ontem estive em um parque. Muito bonito. Sentado, observava absorto, um lago, repleto de patos, que desfrutavam do delicioso sol que os iluminava. Ouvia também o som vibrante e alegre de crianças, que brincavam do outro lado do lago. Havia naquele momento prazer, uma alegria indecifrável, mas que estava ali. Reconstruindo minhas memórias do passeio de ontem, lembro-me que aquele parque fora outrora palco de uma visita de descoberta, a nossa primeira visita. Eu e Kézia fomos descobri-lo. Sua imagem impunha-se fria, seu gramado repleto de neve, seu lago quase todo em gelo, os patos com pequenos movimentos, sem crianças, sem sorrisos, com pouca luz.

Acho que estas duas imagens podem ser usadas como metáfora da condição humana. Em algumas situações parece que nada pode nos impedir, somos auto-suficientes, capazes, saudáveis, admirados, felizes, vibrantes, enérgicos, enfim, estamos em meio ao belo parque da vida. Noutro momento podemos estar por baixo, tristes, faltos de energia, de saúde, de perspectivas, de possibilidades, enfim, aos nestas situações, o parque está gélido e fechado.


Todos somos frágeis. Há um nivelamento, todos, não um ou outro, partilhamos de uma fragilidade universal. O poeta sugeriu, “tristeza não tem fim, felicidade sim”. Discordo. Tudo é passageiro. Assim como nas estações há lugar para o inverno, e também, para a primavera, semelhantemente é a vida.


Há sentido nisto tudo? Se, ao estarmos nas montanhas da vida, inebriados pela sensação de vitória, nos lembrarmos que “toda a carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor da erva. Secou-se a erva, caiu a sua flor”(I Pedro 1:24); sim. Pois nossas vitórias são passageiras, mas, mesmo em sua fugacidade, podem se transformar numa ótima oportunidade de louvor a Deus e de prazer a ser desfrutado. Se, ao enfrentarmos as terras mais escuras e difíceis, nos lembrarmos e abraçarmos as palavras do salmista: “ainda que eu andasse pelo vale da sobra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo”(Salmo 23:4); sim. Deus sempre estará com aqueles que o buscam. E Ele tem uma capacidade incrível de transformar terrenos desolados em belíssimos jardins que atraem o sol, os mais belos patos, crianças, sorrisos e prazer.

No fim de tudo, computadas vitórias e derrotas, dores e prazeres, montanhas e vales, tenhamos conosco o mais importante, o que não se corrompe ou acaba, nossa conexão com o Pai, nossa fidelidade a sua palavra e, repletos disto, possamos em todos os momentos louvar o nosso Deus.